10.8.11

UMA QUESTÃO DE SENSIBILIDADE


Sentada próximo a janela, ela observava os pingos grossos de chuva. Logo, então, vieram-lhe pensamentos de uma vida inteira que a fizeram escolher, definir, resolver. Pensamentos de mágoas, dores, mas também de alegrias e realizações. Uma pergunta ressurgia...o que conseguira até agora? O que tinha sentido, o que afinal buscava com tanto apreço?

O amor verdadeiro que lhe foi pintado ás versões de sentidos para a vida...princípios, dinheiro, aventuras, experiências, amizades, amores, família...tudo viera á tona de tal forma que tudo agora estava resumido em uma única frase: o que importa?

Hoje em dia se conhece o preço de tudo e o valor de nada! A busca pelo amor verdadeiro, por realização profissional, pelo príncipe encantado, enfim pela felicidade plena...resulta num sentido pouco conhecido que defino como caminho. A felicidade é o caminho e não o destino.

Ainda sob forte chuva, se pergunta, onde estão os sonhos que nunca tivera, onde está a fé que sumira, onde está o verdadeiro amor que esvaiu-se, onde há realização definitiva?

Se achando um tanto pessimista, procura pelo amor recíproco que já não tivera e reclamara por ter tido algum dia, procura por respostas que a faça respirar o novo, o entusiasmo, a paixão, a vontade...tudo está meio obscuro, meio perdido dentro de si.

Se ao menos visse na afinidade as respostas para compreender porque a vida não é como se pensava ou como se imagina, há quem faça questão de lembrá-la ao invés de faze-la esquecer. Há quem a faça se sentir menos, mesmo sendo mais para o outro, se esforçando para que o outro se sinta melhor, mais, muito. Há quem a faça desistir de sonhar, mesmo pra quem nunca tivera sonhos. Há quem diga pra esperar, sendo que esperou uma vida inteira só por um ato de sensibilidade.

Relembra que já não precisa de pessimistas que mostrem que a vida é dura...ela já caiu. Não precisa que fiquem sem falar nada, quando durante anos sua única companhia foi a solidão. Já não precisa de palavras e sentidos duros, quando só pode contar com sua família quando procurara por alguém.

Esperar? Não! Precisa viver...viver cada momento, apostando que será ótimo. Viver os amores, buscando o carinho, a palavra certa. Viver cada instante com esperança de que tudo pode ser cada vez melhor, cada vez mais humano, mais intenso e que valha a pena.

Precisa de quem sempre esteve ali e nunca percebeu que era a pessoa certa para mostrá-la tudo isso: ela mesma!

Sem perceber o passar do tempo, o dia raiou, o sol nasceu...a vida continua!
 
 
(Por Elcione Santos de Souza)

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