Esta é uma pergunta inteligente?
Às vezes você se questiona se é inteligente ou não?
Ou o quão inteligente você é?
Vamos buscar aqui algumas respostas inteligentes para essas perguntas.
Inicialmente, temos que fazer uma distinção. Existe mesmo algo chamado "inteligência"? As coisas que existem concretamente podem ser percebidas através dos sentidos. Por exemplo, "tangerina" é o nome de algo que se pode ver, pegar e sentir o gosto. E quanto à inteligência, você já viu uma? Já pegou em alguma? Já sentiu o gosto de uma inteligência?
Assim como “tangerina” é uma palavra que usamos para descrever algo (“mexerica” é outra palavra para o mesmo propósito), inteligência é uma palavra para descrever comportamentos direcionados a objetivos. Os comportamentos que elaboramos para matar a sede são inteligentes. Os comportamentos que aplicamos para aprender um assunto são também inteligentes. A indução matemática é um comportamento inteligente padronizado, que serve para resolver certos tipos de problemas. Você está neste momento aplicando alguns padrões de comportamento inteligente para ler este texto.
Assim, quando falamos em inteligência, estamos nos referindo a ações, comportamentos. Quando dizemos que alguém é inteligente, estamos resumindo alguns comportamentos que observamos na pessoa.
A pergunta mais apropriada, portanto, é: você é inteligente em quê? Para conseguir fazer o quê? Todos que se movem tem inteligência motora para criar movimentos. Todos que enxergam têm inteligência visual. Quem fala tem inteligência suficiente para criar frases com sintaxe e significado. Aliás, a comunicação lingüística envolve várias habilidades distintas: em termos das estratégias de pensamento requeridas, ler é diferente de escrever que é diferente de falar que é diferente de compreender (como mostrado por Dilts e Epstein em Aprendizagem Dinâmica Vol. II). Assim, o fato de alguém demonstrar inteligência para ler não quer dizer por si só que terá o mesmo grau de inteligência para escrever.
Então, a pergunta inicial não é lá muito apropriada. É mais útil perguntar quais as inteligências que uma pessoa possui, demonstradas pelos resultados que ela consegue obter. Ou seja, você pode se considerar inteligente para um objetivo específico se tem uma estratégia específica para atingi-lo ou se pode elaborar uma quando necessário. E quanto mais fácil obter os resultados, maior o grau de desenvolvimento de cada inteligência.
Além do que uma pessoa aprendeu, afeta o que ela faz também o seu estado físico e emocional (como ela está agora). Você bem sabe que uma pessoa pode ter a sua inteligência normal modificada por emoções, não? E também sabe que em situações extremas uma pessoa pode fazer muito mais do que ela própria acreditava que pudesse. Há então a inteligência potencial e a inteligência efetivamente aplicada em um momento, que depende do estado, do ambiente, da motivação. Talvez nem saibamos de tudo que somos capazes.
E note que nem falamos em tempo; se você consegue algo em três dias e outra pessoa gasta sete, quem é mais inteligente? Uma pessoa que toma uma decisão em 2 segundos, ou outra que toma decisão semelhante em 10? Ambas têm a mesma inteligência, o que difere é a produtividade. Dizem que Einstein era um gênio, mas imagine se você, como ele, dedicasse 10 ou 20 anos a um mesmo propósito, algo assim como cavar todo esse tempo em um mesmo buraco? Será que com as suas inteligências atuais você poderia fazer também coisas geniais? E se aplicasse como apoio à sua inteligência a estratégia do estímulo aleatório, ou alguma outra? E se você se juntasse a outras pessoas com o mesmo propósito? E se você fizesse perguntas "e se" para descobrir novos caminhos diante de obstáculos? E se você reservasse 15 minutos por dia para expandir sua inteligência? Ou fizesse um curso para isto?
Voltando à pergunta inicial: você é inteligente?
Pensando bem, a resposta mais inteligente a adotar com quem perguntar isto é dar-lhe uns tabefes...
(Por Virgílio Vasconcelos Vilela)
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